Joanesburgo (Canal de Moçambique) - O SAS Drakensberg, navio da Marinha de Guerra Sul-Africana, reabasteceu o cargueiro chinês, An Yue Jiang, de gasóleo, quando navegava na zona do Cabo da Boa Esperança depois de ter zarpado do porto de Durban com 77 toneladas de material de guerra diverso destinado ao regime de Robert Mugabe. As ordens para reabastecer o An Yue Jiang, também conhecido como o “navio da vergonha”, terão partido do presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, e transmitidas directamente ao vice-ministro da defesa sul-africano, George Mluleki. O SAS Drakensberg tem como missão principal o apoio e assistência a embarcações da Marinha de Guerra Sul-Africana no alto mar. Construído em estaleiros navais sul-africanos durante a vigência do regime do apartheid, o SAS Drakensberg tem capacidade para transportar 5.500 toneladas de gasóleo. A transferência de gasóleo dos porões do SAS Drakensberg para outras embarcações é feita a uma média de 40 toneladas por hora. A capacidade máxima do An Yue Jiang é de 1.155 toneladas de combustível. Enquanto o SAS Drakensberg reabastecia o navio chinês, o sistema de guerra electrónica da Marinha de Guerra Sul-Africana manteve o navio chinês «An Yue Jiang» fora dos radares e de meios de detecção por satélite, facto que levaria a Unidade de Informações Marítimas (MIU) da seguradora Lloyds a considerar o cargueiro como “perdido”. O reabastecimento efectuado por aquela unidade da Marinha de Guerra Sul-Africana permitiu que o «An Yue Jiang» rumasse em direcção a Ponta Negra, na República do Congo, onde terá procedido ao descarregamento das 77 toneladas de material bélico destinadas a reforçar a capacidade repressiva do regime de Harare. De Ponta Negra, o material terá sido transportado num Ilyushin Il-76, pertencente à empresa de aviação AVIENT do Zimbabwe, embora oficialmente o seu endereço de registo figure como sendo Wellesley House, 204 London Road, Waterlooville, Hampshire, PO7 7AN, Reino Unido. Isto teria permitido ao vice-ministro da Informação do regime instalado em Harare, Bright Matonga, declarar em tom confiante, que o armamento fornecido pela China já se encontrava nas mãos do governo da ZANU-PF. As autoridades de Beijing ludibriaram a comunidade internacional, afirmando oficialmente que o ‘navio da vergonha’ havia recebido ordens para regressar à China. Na realidade, o governo da República Popular da China, em estreita colaboração com a África do Sul, tudo fez para que o armamento chegasse às mãos do regime de Harare e disso também estão certas fontes diplomáticas. (Redacção)
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