A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que pelo menos dois milhões de pessoas podem vir a ser infectados pela gripe suína que se sabe ter iniciado numa pequena cidade em México e se alastrado para os Estados Unidos, o Brasil e outros locais próximos.
Na sequência, a FAO, Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação garante que não há perigo em consumir a carne de porco. Esta posição foi também reforçada pela OMS e pela Organização Mundial para a saúde Animal.
Comentários sobre o sinal de alerta emitido pela OMS, referem que não significa que os dois milhões de pessoas que podem vir a ser contaminados vão todos perder a vida. Se calhar, a metade desse número nem terá a gripe na sua dimensão intensa, o que de todas as maneiras deixa no ar que o perigo é grande e que essa outra metade, portanto um milhão de pessoas, tem a possibilidade de ser seriamente atacada e estar a beira da morte.
A situação agrava-se com o facto de, em muitos países do hemisfério sul se estar a entrar para o inverno, época propícia para a propagação da doença que desta vez partiu dos porcos. Imaginem os muçulmanos e outros religiosos que já consideram o porco um animal impuro.
Mas afinal de contas como é que chegamos a esta situação? Uma situação em que os porcos contaminam e perigam a vida dos homens? Homens esses que criam vários animais para a sua alimentação, diversão e uso como companheiro de lazer ou trabalho?
Tudo começou com as corporações e o uso dos países pobres como espaços para actividades proibidas em países ricos. Essas fugas ajudam as corporações e as grandes companhias a investirem em territórios com maiores benefícios fiscais, territórios com regras laborais muito fragilizadas e as vezes sem um sistema fiscal realmente funcional.
Gostam também de investir em territórios onde a mão de obra é barata e onde as políticas de protecção do meio ambiente são quase inexistentes ou no seu estado embrionário. Gostam de investir em territórios com judiciário frágil e vulnerável a corrupção e onde o nível de escolaridade dos cidadãos é baixo.
Na verdade, tudo começou com companhias irresponsáveis, dedicadas somente ao lucro e que beneficiando-se de grandes isenções fiscais, vão enganando os cidadãos com pequenas obras de beneficência que chamam de responsabilidade social.
A gripe suína começou em uma pequena cidade do México chamada Vera Cruz. É provável que ela tenha saído de uma gigantesca fazenda industrial de criação de porcos mantida por uma corporação multinacional americana. Sabe-se que essas fazendas industriais embora perigosas e repulsivas se multiplicam rapidamente.
Dentro das fazendas, ou quintas, os porcos, em número de milhares, são comprimidos para dentro de celeiros imundos e recebem um jacto com um coquetel de drogas pondo em risco sanitário não só a alimentação das pessoas mas também a dos que cuidam desses animais.
Segundo o abaixo assinado da AVAAZ, que subscrevi e nele manifestei o meu posicionamento, os porcos e suas lagoas de estrume criam as condições ideais para gerar novos e perigosos vírus como a GRIPE SUINA. Entretanto, mesmo que isso seja sabido pelas autoridades, pouco ou quase nada é publicado pela mídia e as grandes empresas de agro negócio tentam minimizar o problema procurando obstruir qualquer tentativa de reforma.
Entretanto, Mauro Santayana colunista do Jornal do Brasil afirma no seu texto com título Coisas da Política – A Gripe dos porcos e a Mentira dos Homens que os moradores da região donde partiu a doença “não têm dúvida: a fonte da enfermidade é o criatório de porcos, que produz quase 1 milhão de animais por ano. Segundo as informações, as fezes e a urina dos animais são depositadas em tanques de oxidação, a céu aberto, sobre cuja superfície densas nuvens de moscas se reproduzem.”
O mesmo autor continua afirmando que algumas das referidas empresas “haviam sido expulsas da Virgínia e da Carolina do Norte (nos EUA) por danos ambientais. Dentro das normas do Nafta, puderam transferir-se, em 1994, para Perote, com o apoio do governo mexicano. Pelo tratado, a empresa norte-americana não está sujeita ao controle das autoridades do país. É o drama dos países dominados pelo neoliberalismo: sempre aceitam a podridão que mata”. Para alem de que uma gripe perigosa havia sido detectada na mesma região no ano passado.
Hoje, estando as organizações mundiais, devidamente credenciadas para abordar a matéria a anunciar a possibilidade da propagação da doença para cerca de 2 biliões da população mundial. Já se sabe que população é essa, com certeza que são os pobres. Aqueles que moram em países onde não há condições para comprar as máscaras que vemos nas pessoas nesses países já atacados.
A história é quase a mesma, o objectivo é de enriquecer alguns poucos já enriquecidos em prejuízo de uma maioria já empobrecida e sem capacidade de litigar pelos seus próprios direitos. É verdade que não estamos no fórum das acusações, mas uma reflexão mais aprofundada é exigida aos governos quando decidem sobre situações que dizem respeito a grandes corporações, que pouco depois se transformam em monstros devoradores dos seus próprios trabalhadores e das populações humildes moradores das redondezas.
O tipo de mal que aqui se refere, lembra-nos as grandes empresas que temos hoje em Moçambique, corporações multinacionais de produção de gás, de alumínio ou outros minérios ou recursos naturais. Com tanta terra fértil e água limpa que este país tem, não tardará que grandes agro industriais se instalem cá.
Para amenizar o mal que elas criam, essas grandes corporações vão criando pequenos projectos comunitários e pagam altas somas às televisões, às rádios e aos jornais para fazerem uma publicidade incansável, incutindo na crença pública de que estão a melhorar a vida das pessoas, mesmo sabendo que as estão a matar lentamente e a longo prazo.
Não estou a pregar contra algum tipo de investimento nacional ou multinacional, mas estou a exigir maior responsabilidade dos nossos governantes e das grandes corporações. Às vezes é melhor empodeirar mais a população com educação e projectos de rendimento relativamente reduzidos e controlados do que aceitar essas grandes companhias que em muitas situações só utilizam o nosso território, a nossa mão de obra e até os nossos recursos como objectos descartáveis e prontos a serem deitados fora quando já não podem servir.
Continuemos a rezar para que a Poderosa Mão de Deus não deixe de amparar os pobres. Pobres esses que sobrevivem somente pela sua graça. Falo dos povos no Hemisfério sul. Já imaginaram o efeito que um gripado poderia criar ao entrar em Moçambique pelo Aeroporto Internacional de Maputo?
1 comentário:
PEÇO A DEUS QUE TENHA MISERICORDIA DESSAS PESSOAS QUE NÃO TEM AMOR NO SEU PRÓXIMO POIS TUDO ISSO SERÁ COBRADO, NADA FICARÁ IMPUNE NESTA VIDA QUANDO O SENHOR CHEGAR CADA UM PRESTARÁ CONTA DAQUILO QUE FOI FEITO
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