domingo, 21 de fevereiro de 2010

O Grande Problema da Igualdade entre os Humanos


O meu amigo que é filósofo insiste que não é possível que os seres humanos sejam iguais em dignidade e que gozem de direitos iguais, oportunidades iguais e deveres iguais. Ele insiste de forma racional para explicar-me que não adianta o quanto os defensores dos direitos humanos possam elevar a sua utopia em busca da igualdade, ela simplesmente não existe. Uns devem ser sempre superiores e melhores que os outros.

O meu amigo pode estar certo, mas eu não consigo entender porque é que nós os seres humanos não podemos ser iguais em direitos e dignidade. Porque não podemos ter as mesmas oportunidades e as mesmas facilidades de vida. Eu simplesmente não consigo entender isso. Não entendo porque os negros não podem ser iguais aos brancos assim como não entendo porque todos não podemos ser ricos ou pobres da igual maneira.

Não consigo entender porque uns podem trabalhar somente oito horas por dia e obterem o salário suficiente para viverem uma vida condigna enquanto outros precisam trabalhar 15 a 20 horas para poderem ter algum ordenado que na essência não chega a satisfazer um terço das suas necessidades básicas. Não entendo porque uns são obrigados a trabalhar enquanto ainda menores de idade e outros só começam a trabalhar com a maioridade necessária.

Não consigo entender porque as meninas não podem todas terem as mesmas oportunidades de educação e trabalho. Umas acabam se oferecendo a prostituição enquanto adolescentes. Vendem seu corpo para sustentarem a família inteira enquanto outras meninas da mesma idade estudam e têm alguém que cuide delas, custeando uma boa parte das suas despesas de educação, lazer, entre outros.

Não consigo perceber porque alguns vivem nas ruas, vestem-se de restos de roupa. Alimentam-se de lixo e dormem nas bermas das estradas ou nas esquinas da cidade cobrindo caixotes e folhas de árvores, enquanto outros vivem em condomínios. Comem pão importando e vestem-se da mais pura lã. Não consigo perceber porque uns vivem em casas de luxo e outros simplesmente vivem nas barracas.

Não consigo perceber porque algumas pessoas vivem toda a sua vida fugindo ou acampados como refugiados por causa da guerra ou catástrofes enquanto outros vivem na mais alta comodidade sem se aperceberem do que acontece no mundo fora. Não entendo porque algumas crianças nunca viram um sorriso de seus pais ou irmãos por causa da dor da guerra.

Não entendo porque algumas pessoas têm o direito de ter um pai e uma mãe. Tem o direito de viverem numa família e a apreenderem o valor da fraternidade, da solidariedade e do carinho, enquanto que outras pessoas nunca chegam a conhecer seus pais, ou pelo menos um deles. Outras pessoas nunca chegam a conviver com seus irmãos, nunca chegam a saber o que é o calor familiar ou o a união familiar.

Não entendo porque somente uns podem estudar e fazer um curso superior e outros não. Não entendo porque uns têm um nome que é respeitado e outros são completamente anónimos na sociedade. Não entendo porque uns rostos brilham mais que outros. Não entendo porque uns acreditam no futuro e outros não mais acreditam nem no futuro, nem na vida nem em nada. Vivem cada minuto que lhes aparece como o último das suas vidas.

Não entendo porque é que uns tem o direito de sonhar, sonhar com viagens, com festas, com um casamento, com outros continentes, com carros, aviões, casas, música, sonhar livremente sobre tudo que entender enquanto outros nunca sonham. Não sonham acordados nem a dormir. Simplesmente não sonham porque nem acreditam na vida que vivem. Não sabem se estão vivos ou mortos.

Não entendo porque uns podem sentar nas suas casas ou num cinema e com pipocas ao lado assistirem filmes ou shows, enquanto outros nem sabem o que é diversão e lazer.

Há muitas coisas que eu não entendo. Mas o mais grosso do que eu não entendo se resume em duas perguntas: como é que algumas pessoas podem pensar que isso tem que ser assim mesmo, que nunca seremos iguais e que uns devem sofrer e outros não, uns devem servir e outros servidos, uns devem controlar e decidir sobre a vida dos outros e esses outros devem somente esperar a sua sorte. Essa é a minha primeira indagação.

A minha segunda indagação consiste no seguinte: como é que algumas pessoas para alem de somente pensar desta maneira, contribuem para que o mundo seja assim tão desigual. Não entendo porque algumas pessoas que já têm o mínimo do que precisam, continuam a roubar aos pobres. Não entendo porque é que os mais fortes exploram e chegam a matar os mais fracos. Não entendo porque os mais fortes pensam que os fracos, os pobres e os miseráveis são sempre um perigo e por conta disso devem ser controlados e se necessário banidos. Me parece um regresso ao estado da natureza.

Eu acredito que o mundo tem a cara que nós os seres humanos lhe damos. Se construímos um mundo cheio de amarguras teremos connosco milhares de rostos desesperados, murchados e prontos para qualquer sacrifício em prol da sua vida. Se construímos um mundo de desigualdade teremos os homens medindo sempre as suas forças, uns querendo ser mais fortes, mais ricos e mais poderosos e outros recusando essas premissas e por meio da violência passando seus recados.

Acredito também que quanto mais desiguais forem os homens na face da terra mais medo subsistirá entre os viventes. A desigualdade gera a onda de violência, do mal estar e de desrespeito à vida. O respeito pela vida é mais acentuado em pessoas que se sentem respeitadas, dignificadas e com espaço na sociedade. Aquelas que se sentem excluídas, desprezadas e humilhadas não estão dispostas a respeitar os valores impostos pelos detentores do poder económico, politico ou cultural.

Eu acredito numa sociedade em que todos os seres humanos podem ser iguais em direitos e dignidade. Onde todos podem ter voz e vez. Onde todos podem usufruir da riqueza da nação e onde todos podem respeitar a vida. Eu acredito na sociedade em que a tristeza de um é de todos, a dor de um é de todos e onde a alegria e a felicidade de um é de todos. Eu acredito!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O Drama dos Negros e a Maldição: Conclusão!



Continuando a minha reflexão da semana passada, gostaria de resgatar dois pontos essenciais, o primeiro é: os negros, onde quer que estejam, sempre vão sofrer. O segundo é: os negros estão amaldiçoados.

Embora todos os seres humanos encontrem sofrimento no seu dia a dia, parece que aos negros esse sofrimento é multiplicado. Veja que no caso de Haiti por exemplo, o país já era o mais pobre da América Latina, nunca teve momentos de paz e tranquilidade, tem um governo instável e acusado de corrupção, sofre de catástrofes naturais e para o cúmulo, o último drama que assistimos: o sismo!

Ainda na América Latina, encontramos o Brasil por exemplo, país que se gaba de ser multi cultural e racial, mas onde os negros sofrem demais. Eles são na prática, considerados cidadãos de segunda ou terceira classe, o que lhes tira todo o tipo de oportunidades e lhes conduz a um estilo de vida bastante pesado e contrário aos mais elementares valores humanos.

Vivem um ciclo vicioso, na medida em que o seu estilo de vida acaba colocando-lhes em situações bastante vulnerável. O que cria mais ladrões, mais traficantes, mais prostitutas e menos médicos, engenheiros, advogados, entre outros. Mas mesmo os que conseguem chegar a essas formações, podem não conseguir encontrar um emprego.

Nos Estados Unidos acontece o mesmo. Hoje temos um negro como o Presidente dessa maior potência do mundo, mesmo assim, as estatísticas mostram que há mais negros nas cadeias do que brancos, há mais negros na mendicidade do que brancos, há mais negros a viver com baixa ou sem renda do que brancos. É o drama dos negros.

Em Africa, o berço da humanidade, onde a humanidade começou e se espalhou para o resto do mundo e para onde a humanidade inteira retornará, o cenário não é diferente. Em Africa os negros sofrem de tudo, as maiores doenças e epidemias, as catástrofes naturais, as ditaduras governamentais, a fome, as pestes, as guerras, a pobreza e tudo o resto que se pode imaginar.

Para concluir o ciclo, para alem de governos corruptos e fraquezas nas formulações de planos de combate a pobreza, nota-se que o continente continua sendo a vaca leiteira de muitos outros. É de Africa que saem os recursos para que uma boa parte da máquina capitalista funcione. E os africanos quase que não ganham com isso.

Mas quem foi que amaldiçoou os africanos? Será mesmo que foi Noé? Pode ser que sim, mas também pode não ser? E se não for Noé quem terá sido? Dizem que a cultura de pobreza, preguiça e sofrimento se enraizou muito nos africanos que agora já não se esforçam para fazer nada. Passam a vida se divertindo e não reflectindo sobre a sua situação. Talvez seja por isso que em muitos lugares do mundo os negros são somente futebolistas, cantores, pintores ou simples seguranças.

Pode ser uma tese correcta, mas se olharmos atentamente a história de um e de outro, veremos o quanto esses africanos que se esforçaram tiveram que trabalhar no duro, duas ou três vezes mais do que um branco por exemplo poderia se esforçar para chegar ao mesmo ponto.

E não quero aqui colocar os africanos numa situação infeliz em relação aos brancos porque a questão não é africanos negros e brancos, é o sofrimento dos negros. Embora não se pode falar do sofrimento dos negros sem olhar para os brancos e se calhar aqui reside uma parte do problema. Comparar Africa com a Europa. Ler o negro tendo o branco como referência.

Ter a Europa ou a América e o branco como o modelo para africa e para os negros pode ser uma via errada de analisar os problemas de Africa e dos africamos e sobre tudo os seus dramas. Os factos mostram que a Europa deturpou a história de Africa e o que os africanos fizeram foi continuar com essa deturpação e perpetuar os vícios que aprenderam. Juntando esses vícios aprendidos aos males e ambições que já tinham por si, os africanos fizeram esta africa que temos: dramática!

Há quem diga que os africanos estão a pagar pelos males dos seus ancestrais, que venderam seus irmãos como escravos, que comeram alguns, que sacrificaram seus filhos e suas filhas a deuses imaginários, que queimaram vivos homens e mulheres inocentes por causa de poder político, por causa de recursos naturais, por causa de poder e ambição.

Mas aqueles comportamentos também podem ser vistos na Europa antiga, na Ásia e na América. Mas esses não sofrem tanto assim como os africanos. É por isso que em parte, não acredito na história das maldições e prefiro pensar que os africanos ainda não encontraram seu caminho e enquanto isso vão sofrendo tudo porque para alem de não verem a luz não entendem a dinâmica do mundo, nem a opinião que determina o curso da historia.

Já andam teorias conspiratórias de que o sismo do Haiti não foi natural, ele foi criado pelos Estados Unidos da América. Pode ser verdade, assim como pode ser verdade que várias doenças foram criadas especialmente para os africanos e que a gripe H1N1 foi inventada para criar pânico e galvanizar o mercado farmacêutico.

Se os africanos resgatarem ideias de Marcus Garvey, de Mandela, de Malcolm X, de Ndzinga Bandi, de Steve Biko, de Haile Selassie, de Samora Machel, de Bob Marley, de Kwamme Nkrumah, de Zumbi dos Palmares, de Luther King e até de Ninrode entre outros, penso que poderão ver a luz e encontrar o caminho para a sua afirmação.

Mais do que encontrar a fonte da maldição, importa encontrar o caminho, a luz e o destino dos negros no mundo. Isso ajudará a resgatar a sua auto afirmação, a sua identidade e definirá com certeza o seu lugar no mundo e poderão assim, ter o direito a vez e a voz, conceitos que são desconhecidos por muitos negros.

Mais não disse!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Nanando...Descanse em Paz Homem! Descanse em Paz!!














Fotos que eu tirei a delirar com a tua Guitarra Nanando!