Este é um espaço aberto para os Direitos Humanos: denúncias, debates, comentários, provocações e outros. Não é um lugar para especialistas, este é um lugar para todos aqueles que tenham algo a dizer ou queiram falar sobre a matéria!
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Obama é Resultado de Muitas Orações!!!
Na imagem, negros guerreiros orando por aquele que é agora o Homem mais Poderosos do Mundo.
Não há poder no homem, se este não lher for dado por Deus..
Boas Fesyas ao povo!
sábado, 27 de dezembro de 2008
Boas Festas ao Povo: O Estado da Nação é Bom!
Caro Povo,
Te escrevo na esperança de que, por alguma via possas receber esta carta e ficares a saber das novidades do teu país. Pode ser ridículo que me propunha a falar-te das novidades do teu país, mas todos nós sabemos que informação é dinheiro e um dos teus maiores problemas é a falta de dinheiro.
E por falar em dinheiro, tive que lamentar o facto de, durante o ano que está a findar, o preço real da comida tenha triplicado o seu valor relativamente aos dois anteriores anos, e que, mesmo assim, o valor real dos teus rendimentos tenha relativamente baixado com a inflação que sofremos.
Não é nada saudável falar-te de inflação, parece que essa linguagem te é muito estranha, sei que dá outra vez quando disseram que a economia moçambicana subiu dois dígitos tu simplesmente viraste as costas porque não sabes o que isso significa.
O povo irmão do Zimbabwe é que deve saber o que é inflação, porque em dez anos de inflação crescente, aprenderam a usar milhões de dólares zimbabweanos para comprar um refrigerante que custava dois ou três dólares há poucos anos e mesmo assim, os líderes aqui da região Austral de África insistem que não há crise nesse país.
Se calhar sejam os parâmetros usados para perceber os fenómenos do povo. Receio que esses parâmetros sejam os mais adequados ou os mais recomendados, porque tanto lá como cá, com centenas de pessoas a morrerem de fome, os porta-vozes continuam a afirmar que não há crise.
Não há crise quando povo tem medo da sua própria sombra. Não há crise quando o salário não chega, não há crise quando o ensino é inacessível, não há crise quando o povo é proibido de manifestar-se livremente ou opinar o contrario do chefe. Quem diz não ha crise, diz que a nação está bem.
Caro povo, no começo deste ano, vi até onde podia ir a tua paciência, marcaste o cinco de fevereiro com sangue e dor e te colocaste na linha da frente, disposto a lutares pelo que acreditas. Não tiveste medo da morte, afinal só pode temer a morte quem tem algo a perder e não quem já perdeu tudo.
Aprendi contigo que vale a pena morrer em combate que a lamentar. Aprendi também que a guerra é ganha com várias batalhas e não com uma só, dai que, pelo sim ou pela não, tenha valido a pena procurares aquela via para chamares a atenção de quem de direito.
Não sei se consegues ver isso, mas parece que, muitos daqueles que chamamos, ou esperamos sejam os “quem de direito” não estão em consonância contigo, quando dizem que não ha crise ou que tudo está bom, estão na verdade a responder outro tipo de questões e não as que tu colocas, porque se assim fossem teriam o mínimo de respeito.
Na sequência, houve alguém que afirmou categoricamente que estamos todos bem. Isso só pode significar que este país continua com aquelas sub repúblicas de que te falei outra vez, uma sub república de Maputo, outra sub república das cidades capitais, mais outra sub república das sedes dos distritos, alguns agora municípios e por fim a sub república do povo, ou seja, a sub república do mato, das machambas e das aldeias.
Infelizmente, é na sub república das machambas familiares onde tu te encontras e quando se diz que não ha crise ou que tudo está bom, pretende-se usar as pequenas sub repúblicas como referencia ou amostra da realidade em que vives.
Na tua república o tempo não corre, o sino não toca e a folga não chega. Todos os dias te são iguais, Sábado e Domingo, Natal e Ano Novo, porque nada de novo te vai acontecer tirando está carta que continuarás a receber. Fora desta, não esperas decimo terceiro porque nem o primeiro nem o segundo tens, o teu rendimento vem da terra, quando não há cheias ou secas.
Na tua república a emoção é a mesma, não te assustas, não te alegras e nem ficas na expectativa. Tudo te é obvio o que te dá o poder de visualizar o futuro com exactidão. Quando uma lei se aprova não sabes dela, alias, nem és incluso na lista dos a ser consultados, entretanto essa lei vai te vincular e ainda por cima diz o nosso direito que “a ignorância da lei não exime a responsabilidade”.
Tu não recebes presentes e as toleranças de ponto não te servem absolutamente de nada, pelo contrário, as vezes só atrapalham a tua luta pela sobrevivência. Nessa mesma Noite que chamam de Natal, enquanto na primeira república se festejava e se comia o perú, tua filha trabalhava no Luso, para garantir a refeição do dia 25 e forças para a noite voltar a trabalhar e garantir a refeição do dia 26 e assim sucessivamente.
Eu aprendi de ti que a esperança é a ultima coisa a morrer. Sei que é uma conclusão falaciosa mas ajuda a viver mais um dia. Infelizmente é isso que mais te aflige, haver gente que pensa que vais viver de provérbios, silogismos, relatórios, informes ou versículos. Se esquecem as pessoas que tu vives de pão, agua potável, hospitais, transportes públicos, segurança pública, trabalho, salários e tratamento dignificante. Se esquecem somente que as palavras não enchem barriga.
Alias, a verdade mesmo é que ninguém está lá para ti, veja que, quando apresentavam a tal conclusão da ausência de motivos para afirmar que o povo está em crise, os outros membros da selecção dormiam, quase ninguém acompanhava. Deve ser de muito trabalho que os campeões aparecem na casa do povo sonolentos.
E o discurso dos campeões, agora mudou, todos se justificam na oferta e na procura para resolver os problemas do povo. Afirmam que quanto maior for a oferta no mercado os preços vão baixar. Agora, não interessa satisfazer as necessidades do povo, vamos primeiro encher o mercado, mesmo que seja com preços altos, quando ele estiver muito cheio então os preços vão baixar. Se esquecem eles que as leis do mercado não são estáveis.
A outra coisa é que os campeões, mais parecem caixas de ressonância que realmente arquitectos. Saem todos a repetir as palavras do capitão. Será que o capitão gosta disso? Penso que não, pois, se assim fosse bastava ele só para implementar todo o plano pentatêuco.
De todas as maneiras, o meu maior desejo era felicitar-te a ti meu povo, desejar-te boas festas um prospero ano novo e não falar dessas politiquices todas que não matam a tua fome nem enchem o teu estômago.
Feliz Natal e um saudável 2009.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Transportes Públicos
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Turismo em Moçambique
Panda Sem Energia Eléctrica
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Mcel Off?
Mocambique: 1 Medico para cada 26.000 Habitantes
sábado, 20 de dezembro de 2008
Eneas Comiche e Esposa Atropelados
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Amo as minhas raizes
Genocidio de Ruanda: Condenados Ex-Militares
Dar es Salaam (Tanzânia), 18 dez (EFE).- O Tribunal Criminal Internacional para Ruanda (ICTR, em inglês) condenou hoje à prisão perpétua três ex-militares de alta patente ruandeses por participação no genocídio de 1994 no país, que matou mais de 900 mil em apenas 100 dias.
O coronel Theoneste Bagosora, ex-diretor de gabinete no Ministério da Defesa e considerado pela Procuradoria o "cérebro" por trás dos massacres, foi condenado junto ao major Aloys Ntabakuze, comandante de uma das unidades do Exército envolvidas nos massacres, e o coronel Anatole Nsengiyumva, comandante militar de Gisenyi.
O ICTR considerou os três militares culpados das acusações de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra ao término de um julgamento histórico para Ruanda que durou mais de seis anos.
Bagosora também era acusado de ordenar o assassinato de dez soldados belgas da Missão de Assistência da ONU em Ruanda (Unamir), que atuava como força de interposição entre as facções rivais após a guerra civil que o país viveu entre 1990 e 1993.
Os dez militares belgas faziam a custódia da então Primeira-ministra ruandesa, Agathe Uwilingiyimana, que, com vários ministros, e outros altos executivos do Governo foram assassinados nas primeiras horas do genocídio.
Um quarto oficial, o general Gratien Kabiligi, comandante de operações militares no Estado-Maior do Exército, foi declarado inocente de todas as acusações apresentadas pela Promotoria e posto em liberdade.
A Corte também exonerou cada um dos acusados de conspiração para cometer genocídio antes de 7 de abril de 1994, data de início dos massacres.
Segundo o promotor do caso, Hassan Boubacar Jallow, os quatro "prepararam, planejaram, ordenaram, dirigiram, incitaram, encorajaram e aprovaram o assassinato de civis tutsis inocentes".
O genocídio começou depois que nas últimas horas da noite de 6 de abril de 1994, o avião privado "Falcon 50" do então presidente ruandês, Juvenal Habyarimana, foi derrubado por um míssil quando se preparava para aterrissar no aeroporto de Kigali.
O avião, que procedia de Dar es Salaam, na Tanzânia, caiu em frente à residência presidencial de Ruanda.
Junto ao presidente ruandês morreram o chefe de Estado do Burundi, Cyprien Ntaryamira, e outros altos executivos governamentais de Ruanda e Burundi que tinham participado na Tanzânia de uma conferência regional para tratar dos conflitos civis em seus respectivos países.
Após este episódio, a milícia Interahamwe da etnia hutu, soldados do Exército e a própria população civil, encorajada por uma emissora extremista e líderes locais, massacraram 937 mil tutsis e hutus politicamente moderados, segundo o último censo do Governo de Kigali.
Durante o difícil processo judicial, que começou em 2 de abril de 2002, várias provas foram acumuladas, oito vezes mais do que as normalmente utilizadas, que, além disso, tiveram que ser traduzidas para três idiomas diferentes. Além disso, foram escutadas as declarações de 242 testemunhas - 82 de acusação e 160 de defesa.
O julgamento contra Bagosora e os três oficiais do Exército, que o ICTR transmitiu ao vivo, via satélite, é considerado um dos processos mais importantes da história de Ruanda.
O caso de Bagasora "é um dos mais históricos e significativos do ICTR porque estamos julgando o suposto cérebro do Genocídio de Ruanda de 1994", declarou ao jornal ruandês "New Times" o porta-voz do órgão judicial, Roland Amoussouga.
Em um veredicto separado, a Corte também condenou hoje a 20 anos de prisão o empresário Protais Zigiranyirazo, cunhado do presidente Habyarimana, pelas acusações de genocídio e extermínio.
Zigiranyirazo, de 70 anos, foi acusado de pertencer à chamada Akazu, uma sociedade secreta formada por membros e familiares da elite governante hutu, acusada de planejar o extermínio da minoria tutsi e dos hutus moderados do país.
No último dia 2, o ICTR condenou o popular cantor e compositor ruandês Simon Bikindi a 15 anos de prisão após considerá-lo culpado de ter incitado a população a cometer genocídio através de suas canções.
Situado em Arusha, no norte da Tanzânia, o ICTR foi criado para julgar os principais responsáveis de planejar e realizar o genocídio e emitiu até agora 31 condenações e seis absolvições.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Poema de Saudade
Sinto o toque ainda
Sinto tua pele, tua perna
Sinto a discrição do calor
Do beijo forte ainda
Sinto você sem querer
Sinto você fugindo e caindo
Sento você me agarrando
Sinto você sentido o querer
Sinto você aqui
Mar, sol e estrelas juntos
A penumbra de um desejo
Sinto você no fundo de um beijo
Sinto você
Sinto-te aqui, me encostando
Sinto você aqui, me amando
Sinto você louca e perdida
Sinto você com o vento
Sinto você falando, falando lento
Falando airosa e deslumbrante
Sinto você penetrante
Ainda te sinto deusa
Forte como no dia em frente a água
Na penumbra em que nos amamos
Caiu Custodio Pinto, E a Criminalidade?
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Novo Partido Politico na Africa do Sul
Informe do PR 4
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Informe do PR 3
O povo anda apertado demais...
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
UM POEMA PARA A LURDES MUTOLA
Acreditar no mesmo amor
Esperar no mesmo sabor
E lutar pelo mesmo querer
É isso que me faz a vida merecer
Ser igual a mim em cada calor
Ter a mesma palavra em cada flor
E a todos tratar sem esquecer
Nem o mar que é baixo e alto
Quero ser o sol que sempre brilha
Isso é que me faz homem sem revolta
Integro e digno do planalto
Sou a luz onde o mundo se espelha
Lurdes Mutola: Menina de Ouro!!!!
Informe do PR 2
domingo, 14 de dezembro de 2008
Informe do PR 1
sábado, 13 de dezembro de 2008
Direitos Humanos e Dignidade Humana: 60 Anos Depois!
Não ha dignidade humana sem respeito aos direitos humanos, assim também como não se pode falar de direitos humanos se não se pode proteger a dignidade da pessoa humana. Este é o grande desafio da Declaração Universal dos Direitos Humanos: Dignidade e Direitos.
Passados 60 anos, vale a pena perguntar se o ideal trazido pela Declaração Universal no longínquo ano de 1948, segundo o qual todos nascem iguais em direitos e dignidade, é possível ou não. De qualquer das formas, as várias experiências de Moçambique e do mundo, mostram que a possibilidade é uma hipótese válida embora os direitos humanos dependam ainda do mais básico como seja, a definição do seu conceito.
Não precisarei enumerar aqui a confusão que se cria na tentativa de definir os direitos humanos, alias, o mundo inteiro conhece inúmeras situações de graves violações de direitos humanos sob o pretexto de protecção dos direitos humanos, basta pensar nas atrocidades escondidas na luta contra o terrorismo ou então no tratamento que se dá aos socialmente excluídos na tentativa de garantir a segurança pública.
O que realmente sobressai é que o conceito de direitos humanos ainda é muito relativizado, pois, em muitas situações, enquanto se procura defender os direitos dos ricos se violam os direitos dos pobres, quando se defendem os direitos dos ocidentais, se violam os direitos dos orientais, quando se defendem os direitos dos brancos se violam os direitos dos negros, quando se defendem os direitos dos heterossexuais, se violam direitos dos homossexuais, quando se protegem os direitos das nações se violam os direitos dos terroristas e quando se defendem as cidades se violam os direitos dos criminosos e outros suspeitos.
Qual a raiz do problema? A raiz do problema é que para muitos que se apresentam como defensores de direitos humanos, os homens não nascem iguais e direitos e dignidade. Para alguns defensores, alguns homens ou mulheres são superiores que outros ou outras.
A raiz desse problema, reside no facto de alguns defensores de direitos humanos, entrarem para essa causa pensando nos seus interesses pessoais, nos interesses das corporações que representam e acima de tudo na perpetuação das classes sociais, sendo a única via de se dominar o ser humano.
O meu amigo dizia que o ideal trazido pela Declaração Universal, segundo o qual todos nascem iguais em dignidade e direitos não é verdadeira e nem pode ser verdadeira, porque no mundo não pode haver igualdade. Concordo em parte com esse meu amigo, mas eu acredito que ele percebe que a Declaração Universal procura proteger a igualdade intrínseca do ser humano e não as diferenças fenótipas das pessoas. Podemos ser diferentes na nossa forma de ser e estar, mas, o ser humano é igual na sua essência.
A igualdade do ser humano está na sua essência, todos sentimos a dor e só podemos nos realizar com a felicidade, esta que é o fim último da humanidade inteira, embora muitos também procurem relativisar o conceito de felicidade. Até os mais criminosos, de alguma maneira buscam a felicidade para si.
Podemos ser diferentes na nossa forma de pensar, raciocinar, reagir aos estímulos ou de responder às várias provocações da vida, mas todos sentimos a vontade da tranquilidade, sentimos a falta da justiça quando somos injustiçados, alegramo-nos com o calor familiar e nos realizamos com o exercício de uma actividade rentável ou remunerada.
Podemos ser diferentes na nossa forma física, na altura, no tom da voz ou outro tipo de atribuições físicas, mas todos nós sabemos o valor de um sorriso, de um abraço, de um sono tranquilo e de um dia de sol verdadeiro. Todos nós conhecemos o valor da liberdade e da independência. Isso é que nos torna iguais em dignidade e direitos, o facto de intrinsecamente sentirmos o mesmo, almejarmos o mesmo e estarmos dispostos a lutar pelo mesmo.
Ao mesmo tempo que a dignidade e os direitos constituem o coração da Declaração Universal dos Direitos Humanos, eles continuam a ser o seu maior desafio na medida em que, os cidadãos que se comportam diferentes da ordem colocada pela sociedade são imediatamente sem dignidade e sem direitos.
Se um é de uma raça diferente do outro então perde os seus direitos. Se um é criminoso então é tratado sem dignidade. Se um é terrorista, então não deve ser tratado como ser humano, se um é gay, ou uma é lésbica, então não devem ser tratados com igualdade, se um é pobre então não deve ter os mesmos direitos. Já houve tempos em que se um não fosse assimilado então não era cidadão. Também houve tempo em que a mulher e as crianças eram propriedades do homem.
60 anos depois, prevalece o desafio da humanidade aceitar as diferenças e aprender a conviver com elas. O mundo só tem sentido quando a diversidade é reconhecida na igualdade. Não se pode pretender um mundo onde todos são iguais sem no entanto haver o direito a diversidade.
60 anos depois prevalece o desafio proposto ao ser humano de aceitar o outro com naturalidade. Prevalece o desafio de conservarmos e protegermos o que todos os seres humanos tem de comum, a própria dignidade humana e promovermos o que temos de diferente, respeitando as ordens legais e garantindo a harmonia e a paz social.
60 anos depois, prevalece o desafio de termos leis que sirvam a justiça e á pessoa humana e não só aos interesses do legislador. Prevalece o desafio de termos juizes independentes, que percebem do direito e da justiça, que se predispõem a servir a justiça e não às leis e que aceitam o desafio de promover a igualdade em direitos e dignidade.
60 anos depois, prevalece o desafio de informarmos às pessoas sobre os seus direitos, sobre o quanto elas são merecedoras de uma vida digna e de condições condignas. Prevalece o desafio do poder político dar mais espaço à participação cidadã. Prevalece o desafio de uma cidadania cada vez mais actuante, interventiva e confiante nas garantias constitucionais do seu país.
60 anos depois, prevalece o desafio de construirmos um conceito de direitos humanos mais universal, mais inclusivo e mais participativo. Um conceito onde todos podem na prática caber sem precisar subornar ou vender uma parte de si. Um conceito onde todos nós nos sentimos amparados, representados e sobretudo partes dele. Um conceito com um pouco de nós, onde todos nós contribuímos de alguma maneira.
Não gosto de simplificar as coisas, mas também não tenho o dom de as tornar mais complexas, sei que muito tem sido feito em prol dos direitos humanos no mundo inteiro em Moçambique, (em Moçambique por exemplo, pela primeira vez o PR aparece publicamente a saudar o 10 de Dezembro, se não estou errado, uma única vez desde 1975 altura da independência e isso é de registar) mas muito ainda tem de ser feito e, no meu ponto de vista, muito ainda no mais básico, isto é, na definição dos direitos humanos, para que ninguém tenha só os seus direitos, mas todos tenhamos os mesmos direitos e a mesma dignidade.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
MARCHA DOS ACTIVISTAS PELO DIA 10 DE DEZEMBRO
Pela ocasiao dos 60 anos da Declaracao Universal dos Direitos Humanos
A Liga dos Direitos Humanos tem a honra de convidar a todos os parceiros, colegas e interessados a participarem da marcha a acontecer no mesmo dia 10 de Dezembro as 9 horas com partida na Praça da Paz em frente ao Shoprite, seguindo pela Avenida Acordos de Lusaka, Eduardo Mondlane, Praça 21 de Outubro até a sede da LDH Avenida Maguiguana 2219.
Agradecemos a participacao de todos
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
UM HINO PELO ZIMBABWE
And in this judgement there is no partiality.
So arm in arms, with arms, we'll fight this little struggle,
'Cause that's the only way we can overcome our little trouble.
You're right, you're right, you're so right!
We gon' fight (we gon' fight), we'll have to fight (we gon' fight),
We gonna fight (we gon' fight), fight for our rights!
Set it up in (Zimbabwe);
Mash it up-a in-a Zimbabwe (Zimbabwe);
Africans a-liberate (Zimbabwe), yeah.
Soon we'll find out who is the real revolutionary,
'Cause I don't want my people to be contrary.
We'll 'ave to fight (we gon' fight), fighting for our rights!
Natty trash it in-a (Zimbabwe);
Africans a-liberate Zimbabwe (Zimbabwe);
I'n'I a-liberate Zimbabwe.
You're right, you're right, you're so right!
We gon' fight (we gon' fight), we'll 'ave to fight (we gon' fight),
We gonna fight (we gon' fight), fighting for our rights!
So soon we'll find out who is the real revolutionaries;
And I don't want my people to be tricked by mercenaries.
You're right, you're right, you're so right!
We'll 'ave to fight (we gon' fight), we gonna fight (we gon' fight),
We'll 'ave to fight (we gon' fight), fighting for our rights!
Mash it up in-a Zimbabwe (Zimbabwe);
Set it up in-a Zimbabwe (Zimbabwe);
Africans a-liberate Zimbabwe (Zimbabwe);
Natty dub it in-a Zimbabwe (Zimbabwe).
Africans a-liberate Zimbabwe (Zimbabwe);
Every man got a right to decide his own destiny.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
A Renamo e o Apelo a uma Nova Oposição
Penso que deixei muito bem claro na minha dissertação anterior que a Renamo já anunciou o seu fim, ou simplesmente a sua morte física. Entretanto é preciso ter em conta a grande contribuição que este partido deu na construção da Democracia moçambicana.
É sobre essa contribuição que a Renamo deu ao país que me concentro e retiro duas reflexões importantes, que adiante tentarei analisar de forma mais simplificada.
A primeira das duas contribuições tem a ver com a condução do debate político relativamente abrangente, bem assim a inclusão de novos actores na cena política nacional. É que, antes do fim da guerra civil, poucos cidadão tinham aparecido publicamente a afirmar que são membros ou fundadores de partidos políticos em oposição a Frelimo. Nessa época, embora como movimento rebelde, a Renamo existia como movimento que se considerava partido e inspirava a milhares.
O fim da guerra civil e a entrada em vigor da Constituição de 1990, significaram marcos importantes para a democracia moçambicana, na medida em que, juntados a luta da Renamo, conduziram a diversidade de opinião e de expressão, entre outros direitos fundamentais. Se a liberdade de opinião e de expressão são efectivas ou não, esse é tema para outro debate.
Com uma Renamo vinda das matas, capaz de ter metade ou mais da população nacional como seu apoiante, muitos começaram a acreditar que um outro Moçambique era possível. Penso que, levar o optimismo ao povo e ao cidadão é tarefa que o político e os partidos devem sempre realizar e, neste aspecto a Renamo já foi feliz.
Como exemplo desse apoio, até hoje sobrevive uma margem de dúvidas se a Renamo não chegou a vencer as eleições de 1994? Seja como for, esta é matéria de outro debate e interessa muito a quem nesse ano tinha capacidade eleitoral e exerceu o seu direito.
Me impressiona somente, como é que um partido tão estigmatizado, sem recursos e praticamente “do mato” conseguiu elevar a fé, a audácia e a força de um povo que clamava por um pouco de paz para viver a vida em abundância.
Isso é muito importante, o povo precisa de acreditar, precisa não sentir-se sozinho, precisa sentir que existe alguém capaz de tomar conta de si e de seus interesses, alguém que centralize suas atenções na pessoa humana, na promoção e efectivação de políticas públicas inclusivas e participativas. Em algum momento a Renamo conseguiu fazer as pessoas acreditarem.
Penso que a adesão de alguns quadros à perdiz, sendo eles antigos membros da Frelimo foi somente uma consequência dessa energia positiva que o partido conseguiu transmitir.
Entretanto, a Renamo não conseguiu manter-se no topo, não conseguiu conduzir o debate político no seu próprio seio e não foi capaz de fortalecer o laço que o ligava ao povo.
Como resultado disso fomos assistindo uma sequência de desajustes, desinteligências e decadência do próprio partido. O cúmulo dessas desinteligências foi definitivamente ilustrada com as eleições do dia 19 de Novembro, onde o cidadão eleitor chumbou a Renamo.
Mas a Renamo é um partido grande e com certa experiência, sendo por isso que a humilhação sofrida não seja suficiente para a derrocada total. Entretanto, nada nos garante que a situação poderá inverte-se, a não ser que um milagre aconteça, como anteriormente afirmei.
Se o milagre acontecer, mesmo assim, a ressurreição da perdiz será insustentável, pois, os partidos não devem viver de milagres, eles vivem de planificação, estratégia, determinação e realismo. Sabe-se que um partido não é um igreja.
A segunda contribuição é consequência da primeira na medida em que com vários altos e baixos, o partido de Dhlakama e outros, conseguiu mostrar que qualquer um poderia formar partido e quase chegar a ganhar as eleições. Digo qualquer um não no sentido pejorativo ou minimizante, mas pensando no cidadão comum, ou seja, no qualquer cidadão.
Foi assim que vimos vários nomes a desfilarem na senda política. Pelo sim ou pelo não, esses nomes foram bem aproveitados tanto pela Renamo como pela Frelimo. Alguns até hoje continuam sendo aproveitados, como é o caso do Pimo e do seu presidente, entre outros.
Penso que essas duas lições deixadas pelo então maior partido da oposição remetem a uma única questão: qual o futuro do debate político moçambicano? O futuro aqui questionado é no ponto de vista de oposição política e alternativa governativa.
Mais do que os erros imperdoáveis cometidos pela Renamo, serão imperdoáveis os erros, a inércia e a miopia da classe intelectual da actualidade quando não se mobilizar, não se consciencializar, não se preparar e não tomar o seu lugar no vazio criado pelos actores políticos que morreram capitularam ou se desviaram.
Mais uma vez acredito que todo e qualquer cidadão devidamente orientado pode representar esse renascer que o próprio momento político exige.
Alguém pode conotar-me com o inimigo da Frelimo, como muitos já fizeram e, outros simplesmente demonstram quando temem serem vistos publicamente ao meu lado. Mas esta também é matéria para outra discussão. Na verdade, a minha convicção é de que, um partido, por mais grande e experiente que seja, se não tem uma oposição a sua altura, será votado ao fracasso e é por pensar no engrandecimento e fortalecimento do partido no poder que prego uma melhor oposição.
Com dois ou mais partidos fortes, estrategas e visionários, o cidadão sai a ganhar. Esse é o fim último de tudo que se pode imaginar na política: a satisfação das necessidades da colectividade sem prejudicar os indivíduos.
Há quem afirmou que Daviz Simango ameaçou criar seu próprio partido político. Penso que seria muito bom, alias, seu bom desempenho neste segundo mandado poderá servir de ponte para ele começar a pensar na ocupação da Ponta Vermelha depois das eleições do próximo ano.
Ma não vamos deixar tudo sobre a cabeça do jovem engenheiro. Há que juntar mais cérebros para esta nobre missão pela vida em abundância, pela justiça e pela paz. Cá por mim, penso e acredito que, um povo que não se interessa pela política, fica ele mesmo condenado a ser governado por tiranos.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
1 de DEZEMBRO: FIM COM A SIDA
O nosso compromisso deve ser, a cada dia, fortalecido veementemente!
Por uma África livre e saudável!!!!!